Por Dani Nefussi
Apesar de tantos estudos novos na Psicologia, o descontrole é ainda um TABU para nós pobres mortais; ser um descontrolado é ser maluco, desajustado. Quem está sob controle é bem sucedido e está saudável. E como todos queremos ser bem sucedidos e saudáveis (merecemos isso do Universo), ficamos sob controle.
Até a enganosa interpretação que fazemos das práticas orientais nos levam a essa idéia de auto-controle. Mas É DO EXCESSO DE CONTROLE QUE NOSSO MUNDO ESTÁ SUCUMBINDO ÀS GUERRAS, externas e internas!
Quem acredita que o descontrole é sinônimo de violência não está percebendo o mundo que o cerca: a violência está sendo gerada seja pelo controle dos poderosos se excedendo nas manipulações populares, seja pelos auto-controles individuais auto-repressores. Até pontuações e parágrafos são controles de pensamento. Discussão da velha Era.......
Aqui queremos relacionar o controle à falta de espontaneidade, à tentativa “desmedida” de controlar o fluxo da vida. Não há nada em TODO o Universo que não esteja em movimento. Que não SEJA movimento. E, portanto tudo É relação, tudo é dinâmico e necessariamente criativo. D’us não é fonte, mas FLUXO. E É O CONCEITO DE DIVINDADE-FONTE QUE PROPORCIONA SERES CONTROLADORES, DOMINADORES.
Quando a Fonte Primeira se torna Fluxo Infinito então o MOVIMENTO é a maior de todas as Divindades. Salve Shiva!
Aqui pregamos a prática do descontrole, uma anti-terapia. Poderíamos falar em terapia do descontrole, mas seria mais uma mentira porque a terapia já é o controle em si mesma. Então vamos falar de anti-terapia para que nosso descontrole não vire cruz, não gere culpa. Por descontrole queremos dizer espontâneo. Quem acredita que o espontâneo é irresponsável ainda está submerso nas falácias projetadas pelas ditaduras.
O espontâneo é responsável porque respeita as leis do Universo, está integrado a elas, é expressão delas. O espontâneo está expressando os Biorritmos que são harmônicos nas suas desarmonias, respeitosos nas suas irreverências, estáveis nas suas dinâmicas. DA DANÇA DOS PARADOXOS FALA A VIDA. Isso é therapêutica: orientar o indivíduo no retorno à Natureza. Mas tudo isso é abstração pura, metáforas, filosofia. De fato, bom mesmo é brincar, correr, sonhar, dar risada, dançar, jogar, criar, amar, ser livre na expressão do si mesmo. Isso tudo é sair do controle, sair do “ajuste”; ser tão imprevisível quanto nossa casa/Universo o é. Livre e sensível. Isso é saúde.
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