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Foto do escritorCuritiba Suburbana

Verdade cômica



Fui convidada por minha amiga para a festa de aniversário da netinha dela, podemos afirmar, festa de criança exige muito serviço, muita dedicação, estava tudo sendo preparado no salão de festas do prédio onde minha amiga mora. O corre-corre estava longe de parar.


Havia muito parentes, os priminhos da menina já estavam aguardando o momento da festa, havia muita gente cuidando para que os pequenos não sofressem nenhum acidente, e muitos estavam brincando na piscina, trabalho dobrado para todos.


Minha amiga percebeu que sua netinha estava tendo um desentendimento com o irmãozinho menor que ela, e a menina é osso duro de roer, não deixa nada passar em branco, e ela sabia que não iria demorar muito para o tumulto se instalar em todo o ambiente.


A discussão dos dois pequenos era devido a escolha de algum brinquedo, ela queria dar a última palavra, isso significava que a decisão seria dela. O irmãozinho também queria ter seu quinhão de razão, e as vozes já estavam alteradas.


Minha amiga usando a sua psicologia chamou a netinha, e a convidou para ir junto ao quarto ajudá-la a escolher uma roupa, como a menina não se interessou, continuou insistindo e disse:


- Venha Eduarda, com a vovó, vou deixar você usar meus cremes.


Nem precisou terminar a frase, a menina já estava agarrada à sua mão.

-Vamos vovó!


As duas foram caminhando lentamente, parecia que a vovó da pequena estava pensando em alguma solução rápida para que a garotinha esquecesse o tal brinquedo.


 A avó, pegou algumas roupas e foi espalhando sobre a cama, enquanto a menina estava abrindo os potes de creme, que eram os preferidos da minha amiga.


Para tirar a atenção dela, dos potes de creme, disse:


- Querida, você acha que a vovó está gorda?


-O que acha desta roupa em mim, hein?


A netinha fixou os olhos na vovó, colocou as mãozinhas na cintura e respondeu:


- Foi aquele meu primo, intrometido que falou isso de você?


Aí, parece que os ânimos se exaltaram, minha amiga ficou sem reação, se refez, tomou fôlego e respondeu que não, que seu primo nada tinha a ver com a sua pergunta, e disse:-quero saber a sua opinião, pois você sabe que gosto muito de comer docinhos e sou gulosa nas festas, e quero a sua ajuda, pois se me acha gorda não vou comer muito.


Mais calma, mas ainda com as mãozinhas na cintura, a pequena respondeu:


- Ah! Está bem, então o que você quer saber, vovó?


-Se estou gorda, minha querida.


A menina olhou bem para ela e disse:


-Você já é vovó, então não tem problema, pois as avós trocam de pele.


Minha amiga, teve que se sentar para segurar a sua estrondosa gargalhada, e pensou:- estou mudando de pele, posso comer tudo que quiser.


Ficaram mais um tempo na conversa e deu tempo de rir muito.


Chamaram-nas para a festa, todos já estavam ao redor da grande e bela mesa.

Minha amiga estava rindo sozinha, e disse-me:


-Você, não pode comer docinhos, depois te conto o porquê, e riu muito.


Durante o café, os convidados adultos ficaram perto para poderem conversar.


Aí, minha amiga, contou-nos a história hilária, no momento que ela falou que avós podem comer doces e podem engordar porque trocam a pele, as gargalhadas foram estupendas. Em seguida pediu a todos que já eram avós que levantassem a mão, e todos o fizeram, menos eu.

Então ela complementou:


-Todos podem comer de tudo, inclusive muitos doces, pois nada fará mal, se somos avós vamos trocar de pele. Muitas risadas.


Apontou o dedo para mim, e rindo muito disse-me:


- Amiga, você não é avó, por isso, se comer muito e provar os docinhos vai engordar e não trocará a pele, e gargalhou, e continuou, está escrito na grande sabedoria infantil, da minha amada neta, quem não é avó não troca de pele.


Mas mesmo assim eu comi muitos doces, e sem culpa alguma.



Marli Terezinha Andrucho Boldori.


Graduada em Letras / Inglês e pós graduada em Produção de Textos pela FAFI /UNESPAR.

Acadêmica da AVIPAF, Academia, Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia.

Acadêmica da ALVI, Academia de Letras do Vale do Iguaçu de União da Vitória.

Colunista do Jornal Caiçara de União da Vitória.

Lançou os livros: Pensando a Vida e a Magia do Amor.



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