top of page

REVERSO

  • Foto do escritor: Curitiba Suburbana
    Curitiba Suburbana
  • 22 de nov. de 2019
  • 2 min de leitura

Coluna: NA MIRA DO PERIGOR - Por Igor Veiga

ree

“Oh! que saudades que eu tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida...”

(Trecho do poema “Meus oito anos” de Casimiro de Abreu)


Assim como o saudoso Casimiro, sinto saudades da minha infância... Lembro da mesma a todo instante, praticamente em tudo que miro. Porém, o que mais me faz falta é justamente a inocência perdida que me permitia acreditar em heróis narrados em histórias infantis. Heróis tão ficcionais e ao mesmo tempo tão reais.


Em meio a tantas histórias, a que mais me chamava a atenção era a de Robin Hood – que roubava dos ricos para dar aos pobres... Robin Hood herói ou anti-herói?


Aprendi desde cedo que roubar é errado, mas no caso de Robin Hood

havia uma aura de caridade em tentar diminuir o abismo social entre os mais favorecidos e os bem menos favorecidos... Talvez ele fosse um anti-herói, mas para mim era um herói.


Hoje, adulto, vejo que algo aconteceu na sociedade, na história, no tempo... Algo que mudou o nosso trajeto na linha da evolução. O que era mito passou a ser real, passou a ser vilão e se multiplicou no país do carnaval...


Atualmente, roubam dos pobres para dar aos ricos. Corrompem e são corrompidos. Fazem de tudo para ter poder. Não têm coração e muito menos consciência... Sacrificam os seus pelos seus erros. Assaltam em tudo: roubam em impostos, taxam o seguro-desemprego, desviam recursos da Educação, devastam a Previdência. Apoiados por parte da mídia, com combinações secretas na calada da madrugada, desviam a cada dia o rumo da Ética, da Justiça, da Ordem, do Progresso, enfim, do nosso itinerário.


Quem a cada dia destrói o Brasil de modo tão vil e arbitrário, não se espelhou em Robin Hood, mas no seu espelho ao contrário. Nunca soube o que é passar necessidade, o que é ser escravo do trabalho, o que é sobrar mês no fim do salário...


Espero que esta fábula moderna assustadora passe num piscar de olhos e que um dia possamos sonhar como criancinhas que em meio a fantasias descobrem aos poucos o sentido da vida. Particularmente, acredito que a vida só pode ter sentido quando procuramos nos manter vivos através de nossos sonhos, de nossos objetivos e de nosso aperfeiçoamento constante enquanto seres humanos... E isso inclui pensar no próximo – e não apenas no próprio umbigo.



Igor Veiga



Comments


bottom of page