Os trabalhos produzidos pelos participantes serão projetados em fachadas de prédios de suas cidades: Fazenda Rio Grande (19/11), Castro (20/11), Campo Mourão (3/12) e Pato Branco (4/12). É imprescindível evitar aglomeração, portanto todos devem assistir pelas redes sociais do projeto
O município de Fazenda Rio Grande é o primeiro a receber a etapa final do Projetando Cidades, uma intervenção artística que vai projetar em paredes e fachadas os filmes criados por moradores da cidade. A cidade da Região Metropolitana de Curitiba receberá, no dia 19 de novembro, o lançamento do projeto, que ofereceu curso online e gratuito de vídeos para jovens moradores de quatro cidades paranaenses criarem com as câmeras de celular suas histórias sobre a pandemia.
É importante lembrar que trata-se de um projeto construído e pensado para acontecer em tempos de distanciamento social e para ser apreciado a distância, pelas redes sociais. Os locais que receberão as projeções foram escolhidos pelos próprios participantes e trazem significados pessoais para cada um. Portanto, qualquer cidadão de Fazenda Rio Grande, Castro, Campo Mourão e Pato Branco pode ser surpreendido com a obra de um vizinho seu sendo projetada no muro ao lado.
Com toda segurança necessária em tempos de pandemia, a equipe estará em uma van especialmente equipada para projeção. Para evitar aglomerações, o público poderá acompanhar das janelas de suas residências e também via redes sociais, registrando e interagindo com as ações pelos canais do projeto no Instagram (@projetando.cidades), no Facebook (/projetandocidades/events), e no YouTube (www.youtube.com/channel/UC0Kg6Bl6v8NCYd1Z632Sf7Q. Todas as cidades verão todos os filmes produzidos.
Idealizador do projeto, Fredy Kowertz, da Tertúlia Produções Culturais, é um veterano em produções culturais que, atuando também como VJ nos últimos anos, sentiu o despertar de uma nova paixão no trabalho com vídeos e projeções e decidiu compartilhar este conhecimento para “empoderar as pessoas a partir dessa nova tecnologia, que é uma ferramenta de criação artística”. A projeção mapeada permite criar movimentos e texturas em qualquer superfície e amplia o entendimento sobre o que é arte. “Não é apenas música, pintura, cinema e teatro. Interessante perceber que ao conhecer essa nova possibilidade de expressão os participantes passaram por redescobertas em suas vidas, porque a criação artística provoca essa revisão de sentimentos e emoções”, pontua ele, acrescentando que essa situação pandêmica reforçou a percepção de como a criação é poderosa também para tratar traumas. “Será incrível ver muros da cidade transformados em telas de cinema”, completa.
Lara Jacoski, sócia da produtora Bem-te-vi Produções e responsável, junto de Patrick Belem, pelos cursos, se mostra igualmente impressionada com a convivência e os resultados. “Pessoas de diferentes idades trouxeram suas perspectivas que foram se somando entre si. Desde o olhar de um menino de 12 anos sobre a pandemia até a jovem engajada com a cidade dela, com direitos do meio ambiente”, comenta ela. “Tenho certeza que vidas foram modificadas. O pré adolescente que não se abriria em uma sala de aula reconectou as pessoas mais velhas com a sinceridade do garoto com uma vida inteira pela frente”, diz, citando o menino Cristiano que escolheu o tema “Pandemia para nós adolescentes” para “mostrar que também é um momento difícil para nós”. Para Lara, o mais importante é as pessoas perceberem que não precisam de equipamentos ultramodernos ou conhecimentos inalcançáveis para se expressarem artisticamente contando suas histórias. “O melhor é falar sobre o que se conhece melhor, e as vezes o que se conhece melhor é o que se está sentindo. Ter a pandemia como foco de trabalho, estudos e de expressão artística foi maravilhoso. Todos ganhamos muito com essa experiência”, avalia.
Vitória Souza é uma das participantes do curso, em Fazenda Rio Grande. Estudante do primeiro ano do Ensino Médio, ela foi atraída pela ideia de uma oficina de cinema, pois conhece o poder influenciador da arte e está contente por sua cidade receber o projeto. “Para valorizar a cultura, estimular o desenvolvimento da criatividade e mostrar que Fazenda também recebe eventos artísticos bacanas”, comenta. O tema de Vitória foi incompreensão. “A pandemia nos trouxe uma nova maneira de nos relacionar com o outro e com nós mesmos, tivemos que nos adaptar com uma realidade diferente e inesperada. Em contrapartida, as árvores vivem em uma constante pandemia faz tempo e meu objetivo foi mostrar isso no meu filme”, completa.
Livia Keiko Nagao, de Castro, tem 26 anos e está no último ano da Licenciatura em Artes Visuais, na Universidade Estadual de Ponta Grossa. Como vem estudando o audiovisual nos últimos anos, viu no Projetando a oportunidade de aprender e se conectar com pessoas de diferentes idades, cidades e áreas do conhecimento. “Esse projeto possibilita a movimentação cultural da cidade e que pessoas de outros lugares conheçam Castro”, pondera ela, cujo filme é sobre “o corpo no espaço durante a pandemia”. “Eu falo da afetividade que crio com o espaço habitado durante o isolamento social, a partir da experimentação com partes do meu corpo em meio à natureza. Escolhi o tema para que pudéssemos refletir sobre o autoconhecimento, diante de um período atípico, além de mostrar a importância do aqui e do agora, de vivenciarmos o presente”, explica. Para ela, participar dessa iniciativa “me impulsiona a buscar novos conhecimentos, seja sobre minha própria produção ou sobre as diferentes realidades que se encontram aqui e no restante do mundo.”
“É uma oportunidade de retribuir àquilo que a cidade fez e continua fazendo por mim. Além disso, considerando os tempos difíceis em que estamos vivendo, o projeto é uma forma da cidade experimentar algo novo, de forma adequada ao momento, lembrando da importância que a arte e a cultura têm durante as adversidades”, finaliza, agradecendo a todos os envolvidos no projeto. “Por terem elaborado um evento tão importante em tempos de pandemia e se disponibilizarem a todo momento, sempre com muita paciência e alegria nos dando aulas incríveis e muitos feedbacks”.
O Projetando Cidades é uma realização da Tertúlia Produções, Associação Manacá e Bem - Te – Vi Produções, com apoio da Mucha Tinta e incentivo de Copel, Governo do Estado do Paraná e Lumicenter, por meio do PROFICE.
Serviço:
Projetando Cidades: projeção de filmes criados em curso online
Fazenda Rio Grande – 19/11 às 19h30
Castro, dia 20/11, às 19h30.
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