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Foto do escritorCuritiba Suburbana

O "Terminal do Tatuquara" e os Problemas de Mobilidade que a População Enfrenta Todos os Dias

Por Ana Campos




Particularmente, não estou aqui para criticar o Prefeito, ao contrário, tenho até admiração pelo trabalho dele. Ainda me lembro dos seus tempos na Prefeitura, entre 94 e 97 e seu brilhante desempenho na área da habitação, em nossa cidade.


Todos sabem que sou apaixonada por Curitiba, tenho orgulho de ter nascido e vivido aqui por toda a minha vida. Costumo dizer que somos um povo de sorte, pois Curitiba só é a cidade limpa, organizada e bem estruturada que é, graças à atuação conjunta de todos os governantes que por aqui passaram, e que souberam construir o conceito desse projeto urbano e social, que possibilitou a estruturação da cidade, da forma como ela é hoje. Somos um povo de sorte, porque tivemos mais, bons governantes, do que maus, tivemos mais governantes competentes, do que incompetentes e mais governantes humanos, honestos e de boa vontade; do que o contrário disso e Rafael Greca faz parte do time dos bons, embora esteja deixando tanto a desejar nesse mandato.


Mas, mesmo eu reconhecendo e até admirando o trabalho do Prefeito, tenho que fazer o meu trabalho, e o meu trabalho aqui na Revista é estar ao lado do povo dos bairros da periferia, colaborando para que suas necessidades, trazidas até nós, encontrem uma forma de chegar às autoridades competentes, para que sejam sanadas o mais breve possível. Por isso, hoje escrevo para falar sobre alguns problemas da Região do Tatuquara.





Primeiro, o caso do nosso famoso terminal, uma promessa que vem sendo reiterada, desde 2012, quando o então Prefeito, Gustavo Fruet lançou o projeto que incluía: a Rua da Cidadania, a UPA e o Terminal no Tatuquara. A Rua da Cidadania e a UPA foram devidamente entregues, já o terminal, entra ano, sai ano... e nada. O terreno tem servido apenas como estacionamento, e como palanque para vereadores que querem se enfeitar com o chapéu dos outros, sem, nem ao menos, já terem algum chapéu pronto para se enfeitarem.


No começo desse ano, o Prefeito, Rafael Greca anunciou o início das obras do terminal, a notícia foi amplamente divulgada, havia vídeos mostrando a construção dos alicerces, todos pensaram que, dessa vez, o terminal desencantaria. A Previsão era de cerca de doze meses para o fim das obras, mas já estamos no fim do ano e, essa semana, passei novamente pelo terreno do Terminal, mas lá havia apenas um trabalhador e uma máquina, os dois parados, nada mais.


Enquanto isso, os moradores do Jardim Dom Bosco e de toda a região do Campo do Santana, sofrem com a péssima logística do transporte público, com o baixo número de veículos que fazem as linhas, sofrem com os engarrafamentos em horário de pico. Há relatos de passageiros que disseram levar 1h e 20 minutos pra se conseguir chegar ao terminal do Pinheirinho nesses horários, com a linha Pompéia/Janaína. Isso sem falar que, em toda essa região, que engloba o Tatuquara, Caximba e Campo do Santana, não há meios de ir de um bairro a outro, sem antes, ter que ir até o terminal do Pinheirinho, para, só depois, poder voltar ao bairro vizinho, ou seja, não há nenhuma integração do transporte público entre esses bairros.

Quando o projeto de um terminal de ônibus no Tatuquara foi lançado, não foi por luxo, não foi para promover o Prefeito da época, não foi para ganhar votos, foi porque viram a necessidade urgente da população. São milhares de trabalhadores e estudantes que dependem, diariamente, do transporte público para terem acesso ao restante da cidade e todos sabem que essa nossa região é a mais distante do centro, que é a periferia da periferia, por tanto, a entrega desse terminal não poderia estar sendo tratada como um palanque para politicagem e sim como prioridade máxima no orçamento da Prefeitura.


Apesar de todo o respeito que tenho pelo trabalho pregresso do Prefeito, Rafael Greca, não posso deixar de registrar aqui a minha indignação com seu desempenho nesse mandato. O ano está no fim, 2020 trará novas eleições, provavelmente, um novo Prefeito, e não restará, nem a sombra do Prefeito que foi, Rafael Greca, entre 94 e 97 nesse mandato que termina em 2020.


A habitação em Curitiba é outra decepção. Desde 2014 a COHAB não entrega uma única moradia para a fila de inscritos, há pessoas aguardando a mais de dez anos, sem expectativa alguma de serem chamadas para adquirirem suas casas próprias, enquanto impenham mais de 40% de suas rendas mensais com o pagamento de alugueis, cada dia mais caros. Imaginávamos que o ganhador do Prêmio Mundial do Habitat 1996, fosse mudar essa história, mas a um ano para o fim do seu mandato, ainda não vemos qualquer movimento nesse sentido.


Onde foi parar o protagonismo dos homens (e mulheres) públicos dessa cidade? Onde foi parar o espírito construtivo que fez de Curitiba, uma cidade modelo para o mundo? Será que nos restaram apenas os ratos nesse navio que afunda vertiginosamente?


Curitiba merece mais, o povo merece muito mais que isso!



Ana Campos


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