Coluna: Lendas Urbanas - de Luciana do Rocio Mallon
Reza a lenda que na época em que Curitiba ainda se chamava Vila Nossa Senhor da Luz, nas águas do Rio, hoje chamado de Passaúna, existia uma Iara que não queria devorar os homens bons, apenas os maus, pois ela era filha de uma moça considerada santa milagreira e de um tritão que morreu com um tiro de bandido.
Naquela época surgiu na região um justiceiro moreno, que matava meliantes fora da lei e se vestia igual ao Zorro.
Numa tarde de primavera, esse Zorro paranaense estava sendo perseguido por bandidos, então ele se jogou nas águas do rio misterioso. Depois que os marginais foram embora, a Iara salvou o homem. Ao abriu os olhos a moça lhe confessou:
- Sou uma mãe-da-água que devora homens. Mas escolhi acabar apenas com os rapazes maus. Como vi que você é um justiceiro do bem, não farei mal a sua pessoa. Aliás, toda a vez que você se sentir acuado, fique à vontade para se esconder no meu rio. Mas, eu proponho uma parceria: toda a vez que você pegar um bandido, gostaria que jogasse o corpo dele nas minhas águas para me servir de alimento.
O Zorro exclamou:
- Concordo!
A partir daquele dia, todo o bandido que este justiceiro matava, jogava o corpo no rio da Iara.
Reza a lenda que a partir deste pacto, o rio passou a ser lugar de desova de corpos e isso funciona até hoje.Porém, como os índios passaram a ver um homem vestido de negro jogando outras criaturas naquelas águas, eles batizaram o rio de Passaúna, que significa homem vestido de negro, em tupi.
O rio Passaúna está localizado onde, atualmente, é a Região Metropolitana de Curitiba.
Muita gente afirma que já viu uma mãe-da-água e um homem vestido de Zorro nestas águas e realmente, até hoje, muitas desovas acontecem lá. Assim, dizem que isso é consequência do pacto entre Iara e o justiceiro, feito há muitos anos atrás.
Luciana do Rocio Mallon
Commenti