Por Vilma Felipe da Costa
Ao contrário do que se pensa por aí, a autoestima não está relacionada a ter um corpão malhado e bem definido, usar roupas de marca ou da moda, ou ainda ter muito dinheiro no bolso, viajar para fora do país, enfim, realizar coisas que o dinheiro pode proporcionar. Hoje quero dizer à você que a autoestima não funciona assim. Você já se deparou com pessoas que andam na contramão das situações que comentamos acima e que estão sempre sorrindo e de bem com a vida? Sabe aquela amiga que está acima do peso, mas que quando chega, traz com ela a alegria? E as vezes aquela pessoa que tem um corpo escultural mas que não se sente bem? Acha que está sempre faltando alguma coisa? Pois é, vou lhe dizer porque isso acontece. A autoestima não consiste nas questões externas, mas nas internas. Ou seja, quando a pessoa é dotada de confiança, valoriza a si mesma e está satisfeita com sua identidade. A autoestima está relacionada a uma avaliação subjetiva que a pessoa faz de si mesma. Na personalidade estão presentes características como dignidade, respeito e confiança. De acordo com Carl Rogers, a autoestima é aprendida e ocorre no desenvolvimento do indivíduo ainda na infância, bem como nos cuidados que este recebe. Esses cuidados recebidos na infância são determinantes para o desenvolvimento dessa autoestima e está relacionado com comportamentos, afetos e ideias que cada um terá sobre si e sobre o mundo a sua volta. As experiências que vivenciamos durante toda a vida são únicas para cada ser humano, no entanto, nem sempre esse indivíduo tem consciência dos impactos causados por essas experiências. Todos os eventos experienciados trarão resultados positivos e negativos, formando a base da autoestima. Durante a infância, todos vivenciamos inúmeros obstáculos e dificuldades inerentes ao desenvolvimento. Ocorre que, a criança recebe aprendizados e até mesmo regras para o seu bem, que futuramente poderão inibir pontos da sua personalidade. Ainda na infância, aprendemos a diferenciar sentimentos e ações que são aprovados ou não, por meio da anuência dos pais, como positivas ou negativas, sobre seu comportamento. A grande maioria destes pais, tratam os filhos utilizando a consideração positiva condicional, atribuindo valor ou aceitação apenas para alguns aspectos da criança, isto é, a forma como ela se comporta e satisfaz determinadas condições determinará o afeto e amor oferecidos a ela. Desta forma, o indivíduo desenvolve um autoconceito que o desvincula de sua capacidade inata de ser e passa a buscar ser aquilo que os outros gostariam que ele fosse, e não aquilo que realmente é. A diferenciação em relação à posição que determinadas características de si próprio, bem como a posição em que a coloca quando pensa no que é almejado para si, indica a autoestima desenvolvida. A capacidade que um indivíduo possui de gostar de si próprio ou não, depende de sua história, visto que grande parte das razões para sua baixa autoestima apresentam ascendência em seu passado. Portanto, uma autoestima mais elevada ou não, depende de como o indivíduo se vê e o que pensa a seu respeito. Isso pode se dar de forma consciente ou não. Pode envolver características psicológicas e físicas, pontos positivos e negativos. Enfim, trata-se da percepção que cada um tem de seu próprio valor.
Vamos identificar alguns sinais de baixa autoestima?
1 - Ao ter que tomar alguma decisão a pessoa paralisa
2 - Não consegue discernir qual o melhor caminho a seguir
3 - Acredita que está sempre sendo julgada e criticada pelos outros
4 - Não apresenta autoconfiança e por isso desenvolve diversos medos
5 - Tem dificuldade nos relacionamentos de maneira geral
6- Não é capaz de enfrentar opiniões contrárias
7 - Tem medo de falar em público e vergonha de adentrar em recintos
8 - Não se considera digno ou merecedor de realizar sonhos e alcançar objetivos
9 - Desenvolve pensamentos e valores que trazem limitações impedindo-o de alcançar aquilo que seria possível alcançar em sua vida.
A falta de amor próprio traz limitações e impede o indivíduo de vivenciar e experimentar coisas novas. A pessoa se fecha para novas oportunidades pelo fato de não valorizar-se, não identificar seu potencial e suas habilidades. A pessoa com baixa autoestima, também é procrastinadora, pouco ativa e apresenta a síndrome do “e se”. Fica pensando: e se eu não conseguir? E se não der certo? E se isso ou aquilo? A pessoa fica presa a esses pensamentos e acaba por não realizar nada. Você se identificou com algumas dessa situações? O ser humano é dotado de capacidade para entender a si próprio, resolver seus problemas, buscando um funcionamento adequado bem como sua satisfação pessoal. Porém, nem sempre é possível mudar esse quadro sozinho. É necessário buscar um auxílio profissional que vai proporcionar uma melhor compreensão de como funciona sua mente, de onde surgiram todas essas questões. Se sua resposta for sim para a pergunta acima e você considera que precisa de um auxílio para sair dessa situação, o psicólogo é o profissional indicado para isto. É certo que fazer terapia é fundamental para todo ser humano, ainda que este não considere esta necessidade. A psicoterapia tem o objetivo de auxiliar o indivíduo a amplificar a consciência sobre si mesmo, ajuda-lo a identificar e desenvolver recursos para resolver problemas, lidar com questões internas, desenvolver estratégias de enfrentamento relacionadas a situações que geram sofrimento, conflitos emocionais que muitas vezes incapacitam e trazem danos à sua saúde bem como aos seus relacionamentos.
Sobre a Autora:
Vilma Felipe da Costa é Técnica em Enfermagem, Bacharel em Teologia pela Fatin, graduanda em Psicologia pelo Centro Universitário UniDomBosco com ênfase em Logoterapia na área da saúde, pós-graduanda em Neuropsicopedagogia pela Uniasselvi.
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