Coluna Cultura Undergroud. Por Ederson Metring (Edinho Man)
Como já falei, considero Underground, tudo que não está na grande mídia, e hoje vou escrever sobre dois grandes poetas de Curitiba, que são os irmãos, Marcos Prado e Roberto Prado.
Aviso que escrevo do ponto de vista de um observador olhando de longe e gostando do que vê e lê; de quem há algum tempo se sente tocado pela poesia destes dois escritores.
Conheci a Poesia dos Irmãos Prado, através das músicas do Beijo aa Força, pois ao ouvir as músicas percebi que as letras eram diferentes de tudo o que se ouvia nas rádios, eram letras não comerciais, diferentes, sem a pretensão de agradar e sim de tocar, quer goste ou não.
Marcos Prado não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente, pois ele faleceu no final de 1996, mas vive através de sua obra, que é como um braseiro em chamas; ao meu ver a poesia de Marcos é intensa, urgente, cortante, para ontem, realçando uma vivência do hoje, estando inconformado com a vida, com as pessoas, com os costumes, com a sociedade, mas buscando encontrar uma beleza no meio disso tudo. Enfim, um punk nato, é como uma flor que brota no meio do concreto.
Em 2005, foi lançado, postumamente, o livro Ultralyrics pela Travessa dos Editores, com direito a Show Beijo aa Força no lançamento, foi fenomenal, Eu estava lá, neste livro tem poesias suas e outras suas com seus parceiros, vem de brinde um Cd, com canções gravadas pelo Beijo aa Forma e Maxixe Machine, intercalando as faixas com gravações de Marcos Prado em uma entrevista; quem não tem corra atrás para ver se acha, é fenomenal.
(A fotos abaixo é este que vos escreve, junto com Roberto Prado no Lino´s Bar este ano, no Shows do Francis Drake (hoje Baixo Orçamento), Hélix e Fusão Letal).
Roberto Prado, tive a oportunidade de conhecer pessoalmente, muito gente boa, gentil, é um artista que fala e troca com você e olha que em Curitiba, isto não é freqüente. Ao meu ver a poesia do Roberto é de quem vive o dia a dia, de quem acorda cedo e tem que ir trabalhar, enfrentar as rotinas diárias, de quem tem família, tem que ir em frente queira ou não, não é urgente é vivencial e nos convida a viver e lutar até o fim de forma bela e tocante, enfim um tradutor da rotina cotidiana.
O mesmo lançou esta ano na Biblioteca Pública, Eu estava lá, o Livro Amplo Espectro, com poesias suas e algumas com parceiras, com o luxuoso show da Orquestra Sem Fim, foi marcante. O livro ainda encontra-se a venda com o mesmo, procurem Roberto Prado no Facebook, entrem em contato e garantam o seu exemplar antes que acabe, verão que o Livro é tocante e transformador.
Analisando digo, os dois Irmãos Prado são Gênios, cada um a sua forma e com seu estilo de ver e ler a vida. Leiam suas obras, será transformador, será para sempre.
Penúltima
Como posso agora estar alegre?
era de se esperar que eu desesperasse
talvez mais tarde eu desintegre
entre o penúltimo e o último gole do último porre
e leve ao meu lado os que me seguem
sim perdi a razão do que eu achava e do que eu acho
mas aprendi que o céu é mais embaixo
ainda não sei o quanto dei
a tantas quantas amei
ainda não sei ao certo se eu errei
(Marcos Prado)
A Partida
A partida não está perdida
o jogo ensina, a vida confirma
nunca acaba
nem quando termina.
(Roberto Prado)
Não Razão
Para não ser muito ainda falta um pouco
o troco certo do preço duvidoso
o preciso pelo precioso
não estou aqui para trocar algo por tudo
ou para dar a vida por salvo conduto
sou cego e não mudo
não vejo razão para ficar louco.
(Roberto Prado)
Ederson Metring (Edinho Man), vocalista da banda Hélix.
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